Em dia de desfile dos campeões, faixas e escarapelas exibem orgulho de vencedores

Publicação: sexta-feira, 4 de setembro de 2009 - site da Expointer 2009


Em dia de desfile dos grandes campeões é fácil identificar quem foi escolhido como o melhor entre os da mesma raça. As faixas de grandes campeões e reservados de grande campeão, expostas em frente aos espaços da cabanhas, e as escarapelas coloridas, que mostram o prêmio recebido por animal, mudaram o visual dos pavilhões de animais na Expointer 2009. O sorriso largo também não esconde: trata-se de um criador campeão, orgulhoso pelo reconhecimento de seus animais e do trabalho do ano inteiro.


No condomínio de cabanhas Estância Olhos D'água, Rincón, Companhia Azul, Corticeira e Azul, além das rosetas afixadas às placas, os sete títulos de grande campeão e reservado de grande campeão estão expostos largamente à frente do pavilhão do gado de corte. "Foi um ano maravilhoso. Isso mostra a consistência de um trabalho feito na estância, mostra que a gente veio para ficar e não foi por sorte", afirma o criador e proprietário da Estância Olhos D'água, Átila Dornelles. A comemoração é tanta que ele e outro produtor tiveram as cabeças raspadas após receber os títulos.

Outros estabelecimentos mostram a história de prêmios conquistados, com rosetas de outros anos perfiladas sobre as baias dos animais vencedores. Dentro dos baús da Fazenda Santa Clara, um pequeno museu se revela ao abrir das tampas. Há escarapelas que datam de 1993. "Ainda ficaram algumas na fazenda, fora as que se estragaram e colocamos fora", explica, orgulhoso, o cabanheiro Almerindo dos Santos Melo.

As faixas e as escarapelas e, principalmente, os grandes campeões que as conquistaram, serão vistos hoje durante a inauguração oficial da 32ª Expointer, na pista central do parque de exposições Assis Brasil, a partir das 17h30. Entram em pista 142 animais de grande e de pequeno porte premiados como os melhores de suas raças.


Foto: Vilmar da Rosa/ SEAPPA

Expointer é termômetro de negócios para feiras de primavera

Publicação: sexta-feira, 4 de setembro de 2009 - site da Expointer 2009


Além de um dos mais importantes eventos do agronegócio brasileiro, a Expointer é também ponto de partida para o ciclo de feiras de primavera que se inicia agora e segue até o fim da estação em todo o Estado. “A Expointer é um balizador de preços para os eventos da primavera”, afirma o chefe do Serviço de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura, José Arthur Martins. A mostra é tomada por criadores e produtores como uma referência de preços para as futuras negociações.

Os financiamentos para a compra de animais no Banrisul mostram o bom momento de negócios e promete ser o termômetro para as próximas feiras, conforme o diretor de crédito do banco, Urbano Schmitt. “A perspectiva é de bons negócios. O agronegócio está bem e os programas Mais Alimentos e Finame propiciam um maior volume de comercialização”, explica.

Ao todo, a instituição oferecerá R$ 40 milhões em linhas de crédito específicas para as feiras que vão de agosto a dezembro. O pagamento em 24 meses e os juros de 6,75% ao ano também são bons atrativos conforme o diretor.

A facilidade é notada nos resultados: os financiamentos durante a Expointer de 2009 já superam em 52% a edição passada. Schmitt acredita que, após a Feira de Novilhas de Qualidade que ocorre neste sábado (05) na Farsul, esse índice deve se consolidar como o final para a mostra deste ano.

Sorteio de prêmios valoriza trabalho de cabanheiros

Publicação: sábado, 5 de setembro de 2009 - site da Expointer 2009


Depois da premiação aos animais, a manhã de sábado (05) foi de premiar os cabanheiros. Uma TV de 29 polegadas tela plana, um aparelho de som e um aparelho de DVD foram sorteados pela Farsul e pela Secretaria da Agricultura entre os 101 cabanheiros que desfilaram, na noite de sexta-feira, com os grandes campeões na pista central.

O sorteio, que acontece todos os anos, é uma forma de valorizar o trabalho desenvolvido pelos profissionais. "Esse é um sinal de reconhecimento, de respeito e de gratidão pelo trabalho de vocês. O desfile foi feito para destacar vocês e os animais que vocês cuidam com tanto carinho", afirmou o secretário da Agricultura, João Carlos Machado.

A divulgação dos vencedores teve a ajuda da pequena visitante Natália, que retirou os números 71, 74 e 01. O ganhador do aparelho de DVD foi Raul Garcia Filho, da Cabanha VB, de Eldorado do Sul. O aparelho de som foi para Wilson Oliveira, da Cabanha Rodeio dos Pardos, de Morro Redondo. O prêmio mais cobiçado, a TV 29 polegadas, foi para Jesus Augusto dos Santos, da Cabanha Santa Camila, de Alegrete.

Feliz, Wilson saiu abraçado ao aparelho de som e sob as brincadeiras dos colegas. Sortudo, é a segunda vez que tem o número sorteado. A primeira foi em 2007, quando recebeu a TV. "O velhinho lá de cima ajuda o velhinho aqui", brincou ao fazer referência a sua idade. Aos demais participantes do sorteio, o secretário ressaltou a posição de sucesso na Expointer. "Só entra aqui quem tem mérito. Ganhando ou não ganhando hoje, vocês são vencedores".


Foto: Vilmar da Rosa/SEAPPA

Boulevard da Expointer abre espaço para desfile de confecções em lã

Publicação: quarta-feira, 2 de setembro de 2009 - site da Expointer 2009


Tradicional ponto de encontro nos fins de tarde na Expointer, o charmoso Boulevard abriu espaço na tarde desta quarta-feira (02) para o 6° Ideal Moda Fashion, desfile que apresentou as criações em lã Ideal de artesãs expositoras da feira. Ponchos, casacos, mantas, vestidos e até bolsas confeccionadas com os fios foram apresentados. Os grandes campeões e reservados de grandes campeões também subiram na passarela para mostrar o ponto inicial da cadeia produtiva da tecelagem. Para complementar os looks, apliques de lã imitando cabelos e bouquets de flores de lã foram ostentados pelas modelos.

O retorno da iniciativa é palpável, conforme a diretora da Associação Brasileira de Criadores de Ideal e idealizadora do evento, Cleusa Piegas. "Isso é uma vitrine para divulgar o nosso produto, que é a lã, e somos cada vez mais procurados", comenta sobre o sucesso da apresentação.

A artesã Carmem Simões Pires, de Gramado, participou pela primeira vez da mostra convidada pela organizadora. Para ela, a oportunidade de apresentar nove peças de sua coleção é uma vitrine interessante.

Concentrado no vai-e-vem das modelos, o criador de ovinos de lã Milton Fernandes, de Bagé, fez questão de conferir as criações. "Esse é o ponto final do que a gente faz no campo, é bom para entender para onde vai o fio que a tua ovelha produz", avaliou.

Foto: Mauro Schaefer/SEAPPA

Outras publicações de destaque no site da Expointer 2009

Das águas, a sabedoria e o sustento

Publicação: domingo, 21 de junho de 2009 – jornal Diário Popular

Antropólogos voltam os olhos para a vida em colônias de pescadores como a Z-3; as dificuldades, a linguagem e os conflitos são observados a partir da própria realidade cotidiana dos trabalhadores

Há 59 anos, seu Antonio Tomás Ourique, hoje com 72 anos, começava a aprender um ofício que iria determinar toda sua vida e sua relação com a natureza. Morador da Colônia Z-3, com o pai aprendeu a ser pescador e da água sempre tirou o sustento de toda família. “Acho que a gente já nasce com o destino para a pescaria.” Mais que uma profissão, uma identidade, compartilhada com familiares, amigos e vizinhos.

O universo de pessoas como seu Antonio foi a temática central do seminário Pescadores e pescarias: saberes, significados e conflitos, que ocorreu na Universidade Federal de Pelotas por iniciativa do Departamento de História e Antropologia. No encontro que reuniu pesquisadores e alunos na Faculdade de Museologia, o oceanógrafo Gustavo Moura falou sobre conflitos territoriais e resistência no estuário da Lagoa dos Patos.

Já o antropólogo Gianpaolo Adomilli falou sobre saber tradicional, modernização e territorialidade na pesca embarcada, focando o caso dos pescadores de São José do Norte, pesquisado em seu doutorado. “As populações de pescadores mantêm comunicação, em maior ou menor grau. O que ocorre no mar e na lagoa é parecido”, comenta. E por isso a discussão pode se estender à colônia de Pelotas. Por mais presente o avanço tecnológico e por mais fortes que sejam os impactos socioambientais da modernidade, a tradição permanece e a profissão ainda passa de pai para filho, de irmão para irmão.

Destino e amor

Gosto ainda maior pela pesca tem o filho adotivo de Ourique, Tiago Campos, de 23 anos. Desde os 12 o rapaz segue a profissão da família e a vontade inclusive o fez abandonar o Ensino Médio. O deslocamento diário até a sede o principal entrave na conciliação de trabalho e estudo. “Talvez tivesse continuado a estudar se fosse aqui na Z-3. No centro, precisa de mais coisas, a passagem, uma roupa melhor, o dinheiro para um lanche.”

Mesmo assim, nem por isso o saber de Tiago em mais de dez anos de atividade deveria ser desvalorizado, afirma o antropólogo. O conhecimento e a memória das comunidades pesqueiras, como a de São José do Norte pesquisada por Adomilli, sobre a costa, a Lagoa dos Patos e o oceano, tanto pelo aspecto natural quanto o cultural, é rico e não deveria ser ignorado ou perdido. “Se isso ocorre, no futuro gastam milhões para pesquisar e fazer um levantamento sobre a memória deles.” Fonte viva e de fácil acesso hoje.

Conflitos e invisibilidade

Apesar do conjunto de saberes e memórias, Adomilli percebeu, em sua pesquisa, uma certa invisibilidade do grupo para a sociedade e o poder público. “Falta um encontro. O saber científico não é superior ao deles, mas existem impasses históricos e posturas que contribuem para a marginalização dos grupos.” A falta de um diálogo que leve em consideração os conhecimentos de quem vive a pesca na prática é sentida pelos pescadores nas determinações oficiais.

Ourique exemplifica isso na escolha de um único tipo de malha para a pesca em toda a lagoa. “No Fórum da Lagoa dos Patos decidiram que seria a malha 50, mas essa só pega peixes maiores. Aqui para nós, se não for a 45, não conseguimos pegar.” Para ele, cada local deveria ter especificações próprias do que é permitido e o que não, bem como a adequeação dessas normas conforme a safra. “Duarante o defeso, o liguado e o peixe-rei são liberados, mas a malha é proíbida. Vou pescar com o quê? Com caniço?” brinca.

É o trabalho de normatização genérica para abarcar realidades tão diversas identificado por Adomilli. “O alto mar, o centro da Lagoa e a baía exigem distintos saberes. O poder público não vê a diferenciação e elabora normas que não se encaixam para todos.” O resultado, para ele, são pescadores engessados para acompanhar o ritmo da natureza.

Os impasses estão, também, dentro das comunidades pesqueiras. “A escassez de espaço pesqueiro tem impactos na comunidade”, avalia o antropólogo. Para Ourique, falta concordância. “Em terra não existe união. No mar, pode ser meu inimigo, mas eu não vou deixar com um motor estragado, sou obrigado a rebocá-lo. Agora, aqui, é cada um por si e Deus por todos. Niguém concorda com niguém.” Conforme o trabalhador, o pensamento individualista dificulta até mesmo reivindicações frente a orgãos como o Ibama e prejudica toda a categoria. Mas no mar ou na Lagoa, eles sabem que nunca estão sozinhos.

Para entender e discutir a sociabilidade na Rede

Autora pelotense Raquel Recuero autografa hoje seu primeiro livro: Redes sociais na Internet

Seja com a leitura ou produção de um blog, a manutenção de um perfil no Orkut ou a divulgação de fotos no Flickr, como bem comentou o pesquisador André Lemos em sua apresentação, o tema do livro Redes sociais na Internet, da autora pelotense Raquel Recuero, já virou cotidiano. É comum ouvir falar ou estar inserido nessa forma de interação social tão contemporânea, mas raras são as produções bibliográficas, especialmente em português, a discutirem a fundo o assunto.

O lançamento do primeiro livro individual da jornalista, doutora em Comunicação e Informação e professora da Universidade Católica de Pelotas ocorre hoje, a partir das 18h, em coquetel seguido de sessão de autógrafos na Livraria Vanguarda (Gonçalves Chaves, 374/2). A publicação da Editora Sulina em breve será complementada por um site, no qual uma versão gratuita para download estará disponível, e por um aplicativo para iPhone, ambos a cargo da Cubocc. “Acreditamos que o importante é divulgar o conhecimento. É uma experiência que vamos fazer com a editora, ver até onde as pessoas deixam de comprar ou se elas se interessam e vão atrás da versão impressa.”

A obra, uma das primeiras em sua temática, é dividida em duas partes. A primeira, mais conceitual, oferece os caminhos para compreender quem são os atores sociais e como eles criam conexões nesse ambiente virtual, aborda questões como popularidade, autoridade, cooperação e conflito, e como isso impacta a sociedade. Formulações vindas na maior parte da tese de doutorado de Raquel. “Essa é mais teórica, apesar de ter simplificado ao máximo para que ficasse mais acessível.”

Já a segunda parte trabalha aspectos das redes sociais partindo de exemplos bastante conhecidos, como Facebook, Twitter e tantos outros que influenciaram até mesmo as eleições norte-americanas de 2008. O conteúdo, aí, vem das pesquisas realizadas após o doutoramento. Para a autora, a ligação entre teoria e exemplo oferece instrumentos para quem quer entender e se apropriar das redes sociais para a publicidade ou para a difusão de informações.

Em busca das redes

Mesmo recém saído do forno, o livro já faz sucesso entre os interessados pelo assunto. No lançamento realizado no 18º Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós), na última semana em Belo Horizonte, já não havia exemplares a venda no segundo dia. As expectativas da editora foram superadas. Na livraria Vanguarda, já na sexta-feira a grande procura fazia os vendedores brincarem com uma possível falta de estoque para o coquetel de hoje.

Confira!

O QUÊ: coquetel de lançamento do livro Redes sociais na Internet, de Raquel Recuero (Editora Sulina, 191 páginas, coleção Cibercultura)
QUANDO: hoje, às 18h
ONDE: a sessão de autógrafos ocorre na Livraria Vanguarda em Pelotas (rua Gonçalves Chaves, 374/2).
QUANTO: exemplares do livro custam R$ 30,00.