Airbag poderá ser obrigatório até 2014

Publicação: domingo, 1º de março de 2009 - jornal Diário Popular

Câmara dos Deputados aprovou emenda ao Código Brasileiro de Trânsito que toma o dispositivo obrigatório para o condutor e passageiro dianteiro em todos os veículos do País

Um acidente de trânsito é um drama não só para as vítimas e suas famílias, mas também para o sistema de saúde do País. Com cada pessoa hospitalizada por conta de acidentes nas ruas e estradas são gastos em torno de R$ 14 mil. Para diminuir o número de mortes e lesões, a Câmara dos Deputados aprovou recentemente uma emenda ao Código Brasileiro de Trânsito que torna obrigatório o airbag para o condutor e o passageiro dianteiro em todos os carros em uso no Brasil a partir de 2014. Especialistas veem a medida de forma positiva.

A proposta, que teve origem no Senado, tramita desde 2004, e agora aguarda apenas a sanção do presidente Lula. Atualmente mais comum em carros importados ou de luxo, o airbag passará a ser item de série até mesmo para carros populares. Hoje poucos são os modelos 1.0 que oferecem o opcional; quando oferecem, o investimento fica em torno de R$3 mil, já que junto ao dispositivo de proteção um pacote de conforto e funcionalidade precisa ser adquirido. Se sancionada pela presidência, a medida passará a valer para os veículos fabricados a partir de 2014, no caso de o projeto de fabricação já existir. No caso de novos projetos automotivos, o airbag deve estar presente até 2012.

“No Brasil são 42 mil mortes por ano em acidentes de trânsito, e sobre as lesões não se têm a estatística. Essa medida vem em favor da vida”, avalia o instrutor de transporte e sargento da Brigada Militar, Gilson Caldas. Para ele, o item é de suma importância, apesar de não estar entre as prioridades na compra de um veículo. “Muitas vezes, pelo valor, se prefere ter um ar-condicionado a um airbag.”

O professor da Universidade Federal de Pelotas e médico traumatologista, José Raymundo, está entre os que já confiam no airbag, e não compra carro sem a proteção. “É como o seguro. Se espera não precisar usar, mas é necessário.” O médico afirma que, depois do cinto de segurança, esse é o item mais importante para garantir a sobrevida de quem se envolve em um acidente e é recomendado pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

Mesmo em batidas ou acidentes menos graves, em que não há morte, a face, o crânio e o tórax estão expostos a lesões e traumas. “E por menor que seja o trauma, a pessoa passará pelo menos um mês envolvida com a recuperação, quando não ficam sequelas irreversíveis.” Raymundo entende ser financeira e não cultural a resistência do brasileiro em adquirir o opcional de fábrica. “Mas ele é muito importante. A salvação pode estar aí.”

O impacto do equipamento

Conforme a fabricante de airbags TRW, que atua no Brasil, em caso de acidente o airbag reduz 14% das mortes de condutores e 11% das mortes de passageiros do banco dianteiro. E os índices de prevenção contra lesões é ainda maior.

Número de mortes em acidentes por ano no País – 42 mil

Redução de 14% das mortes de condutores
Redução de 11% das mortes de passageiros do banco dianteiro
Redução de 85% dos danos de choque de cabeça contra o veículo
A combinação cinto + airbag salva ainda mais:
Redução de 59% do risco de lesões moderadas no tórax
Redução de 45% das lesões moderadas nos membros superiores

Nenhum comentário:

Postar um comentário