Publicação: domingo, 25 de janeiro de 2009 - jornal Diário Popular
Para pagar o curso mais caro da UFPel – pelo valor do material – acadêmico trabalhou como vendedor, entragador de revistas, porteiro e vigilante
O esforço redobrado de quem tem de batalhar para ganhar a vida e estudar ao mesmo tempo pode desanimar o sonho de fazer uma faculdade ou insistir em determinada profissão. Fazer diversos vestibulares sem sucesso também é um banho de água fria, mas não ver seu nome no listão nem sempre é motivo para parar. O formando em Odontologia Everton Giovani Moreira é exemplo da perseverança necessária a quem busca a graduação. Nem as dificuldades financeiras nem os nove vestibulares que enfrentou o fizeram desistir do sonho de ser dentista. Aos 37 anos, ele cursa o último semestre do curso considerado o mais caro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), devido ao alto custo dos materiais, e afirma: "Valeu a pena. Faria tudo de novo e, se fosse preciso, tentaria entrar durante mais dez anos."
Natural de Bagé, em Pelotas Giovani teve todo o tipo de emprego, já que não podia contar com o apoio financeiro da família. Trabalhou como vendedor, entregador de revistas, porteiro e vigilante, deu aulas particulares para alunos do Ensino Médio, foi funcionário público municipal (função da qual abriu mão quando entrou na faculdade) e garçom, ocupação que até hoje o sustenta. E estudou em todo tipo de pré-vestibular. "Fiz todos que tem por aí, e em muitos fui bolsista. Trabalhava no próprio cursinho em um turno e estudava no outro". Passou no oitavo vestibular para Odonto, depois de ter passado, no inverno anterior, para Administração. "Entrei no ano em que não fiz curso. Estudei sozinho e estava mais tranquilo, também", conta.
Dicas
Giovani conta que, para conquistar uma vaga, o vestibulando tem de identificar suas falhas e se concentrar em melhorar nessas áreas. Identificar o erro pode ser o detalhe que falta para uma prova bem-sucedida.
A dificuldade de encarar uma federal, em que os cursos são, em sua maioria, diurnos, assusta quem tem de trabalhar para conquistar um diploma e, na visão de Giovani, acaba afastando muitos da carreira desejada. "Perder tempo" com os sucessivos processos seletivos também complica a vida de quem quer - ou precisa - de retorno rápido da profissão escolhida, mas mudar a escolha pode significar um arrependimento anos mais tarde. O futuro dentista que decidiu investir em sua vocação hoje se diz apaixonado pelo que faz e não demonstra arrependimento.
Formatura
Na reta final, o desafio agora é participar da tradicional formatura no Theatro Guarany, em agosto. Diferentemente do que ocorre em outras universidades do Estado, como a Federal do Rio Grande (FURG) e a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o custo da cerimônia de colação de grau externa em Pelotas é arcado pela turma de graduandos. "Seria interessante a federal dispor um lugar para fazer as formaturas, para que o aluno não fique refém das produtoras", opina.
Giovani não está sozinho em sua luta. Ele faz parte do novo perfil de universitários e aspirantes a graduandos que dependem apenas de si mesmos para alcançar a faculdade. O estudante conta que vê colegas passarem 30 horas sem dormir para assistir às aulas, trabalham à noite e frequentam a faculdade durante o dia ou que, como ele, têm domingos e feriados como dias de trabalho. "Claro que apenas estudar é melhor, mas ter de trabalhar não pode ser um empecilho", avalia.
Para pagar o curso mais caro da UFPel – pelo valor do material – acadêmico trabalhou como vendedor, entragador de revistas, porteiro e vigilante
O esforço redobrado de quem tem de batalhar para ganhar a vida e estudar ao mesmo tempo pode desanimar o sonho de fazer uma faculdade ou insistir em determinada profissão. Fazer diversos vestibulares sem sucesso também é um banho de água fria, mas não ver seu nome no listão nem sempre é motivo para parar. O formando em Odontologia Everton Giovani Moreira é exemplo da perseverança necessária a quem busca a graduação. Nem as dificuldades financeiras nem os nove vestibulares que enfrentou o fizeram desistir do sonho de ser dentista. Aos 37 anos, ele cursa o último semestre do curso considerado o mais caro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), devido ao alto custo dos materiais, e afirma: "Valeu a pena. Faria tudo de novo e, se fosse preciso, tentaria entrar durante mais dez anos."
Natural de Bagé, em Pelotas Giovani teve todo o tipo de emprego, já que não podia contar com o apoio financeiro da família. Trabalhou como vendedor, entregador de revistas, porteiro e vigilante, deu aulas particulares para alunos do Ensino Médio, foi funcionário público municipal (função da qual abriu mão quando entrou na faculdade) e garçom, ocupação que até hoje o sustenta. E estudou em todo tipo de pré-vestibular. "Fiz todos que tem por aí, e em muitos fui bolsista. Trabalhava no próprio cursinho em um turno e estudava no outro". Passou no oitavo vestibular para Odonto, depois de ter passado, no inverno anterior, para Administração. "Entrei no ano em que não fiz curso. Estudei sozinho e estava mais tranquilo, também", conta.
Dicas
Giovani conta que, para conquistar uma vaga, o vestibulando tem de identificar suas falhas e se concentrar em melhorar nessas áreas. Identificar o erro pode ser o detalhe que falta para uma prova bem-sucedida.
A dificuldade de encarar uma federal, em que os cursos são, em sua maioria, diurnos, assusta quem tem de trabalhar para conquistar um diploma e, na visão de Giovani, acaba afastando muitos da carreira desejada. "Perder tempo" com os sucessivos processos seletivos também complica a vida de quem quer - ou precisa - de retorno rápido da profissão escolhida, mas mudar a escolha pode significar um arrependimento anos mais tarde. O futuro dentista que decidiu investir em sua vocação hoje se diz apaixonado pelo que faz e não demonstra arrependimento.
Formatura
Na reta final, o desafio agora é participar da tradicional formatura no Theatro Guarany, em agosto. Diferentemente do que ocorre em outras universidades do Estado, como a Federal do Rio Grande (FURG) e a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o custo da cerimônia de colação de grau externa em Pelotas é arcado pela turma de graduandos. "Seria interessante a federal dispor um lugar para fazer as formaturas, para que o aluno não fique refém das produtoras", opina.
Giovani não está sozinho em sua luta. Ele faz parte do novo perfil de universitários e aspirantes a graduandos que dependem apenas de si mesmos para alcançar a faculdade. O estudante conta que vê colegas passarem 30 horas sem dormir para assistir às aulas, trabalham à noite e frequentam a faculdade durante o dia ou que, como ele, têm domingos e feriados como dias de trabalho. "Claro que apenas estudar é melhor, mas ter de trabalhar não pode ser um empecilho", avalia.
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