Publicação: domingo, 29 de março de 2009 – jornal Diário Popular
Número corresponde ao total de pacientes que precisaram de atendimento em outras cidades e usaram o serviço de transporte do município
Da noite para o dia, literalmente, o radialista aposentado Janir Pinheiro acordou sem enxergar. Era uma crise de glaucoma agudo, que sem aviso prévio comprometeu a visão do morador do Fragata. Três dias depois Janir era operado na Santa Casa de Porto Alegre, por intermédio da Secretaria de Saúde. De lá para cá, já são quatro anos de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 2.360 aplicações de laser, que, aos poucos, lhe devolvem a visão. O tratamento do glaucoma é um dos que não são oferecidos em Pelotas pelo SUS e Janir é uma das 13.470 pessoas que precisaram de atendimento médico fora de Pelotas em 2008.
O transporte para tratamento fora de domicílio é instituido pelo SUS como responsabilidade do município de origem. Os casos encaminhados a outras localidades representam 0,4% do total de atendimentos do sistema público em Pelotas, que mais recebe pacientes de fora do que os manda. Mesmo com o baixo índice, os custos com o transporte – que envolvem locomoção, diárias, passagens, contrato de alguns veículos e manutenção de outros - chegaram a R$ 1.512.000, o equivalente 1,5% do orçamento anual da Secretaria da Saúde, conforme dados levantados pela própria pasta.
“Tudo começa no posto de saúde”, afirma o secretário Francisco Isaías sobre como esse público chega aos hospitais e consultórios de Porto Alegre, Rio Grande, Bagé e Lajeado, em sua maioria. Depois de diagnosticado, o paciente que precisa de algum dos serviços não oferecidos pelo SUS na cidade é encaminhado pelo Departamento de Serviço Social da SMS, que faz o contato e agenda o atendimento.
“Todo dia sai um ônibus cheio às 3h30min”, comenta Janir, sobre sua experiência de consultas na capital, destino de 11.394 dos que consultaram fora no ano passado. Microônibus, vans e ambulâncias também atuam na condução, que eventualmente recebe o reforço de transporte aéreo, em casos extremos, como na enchente na Zona Sul há dois meses.
Os casos encaminhados para outras localidades em geral são os mais complicados, concentrados nas áreas de oncologia pediátrica, cardiologia neonatal, traumatologia pediátrica de alta complexidade, oftalmologia ligada à retina, traumatologia de coluna, transplantes de coração, fígado e rim, além de alguns casos de reabilitação de portadores de necessidades especiais, conforme o secretário. “Nós atendemos também muitas ordens judiciais, que indicam o acesso a determinado serviço em determinado lugar.”
Para diminuir o volume de atendimentos fora, Isaías afirma que a Prefeitura trabalha para qualificar os serviços de oncologia da FAU/UFPel e da Santa Casa, bem como o de oftalmologia da Beneficência Portuguesa, a fim de ampliar as possibilidades de atendimento. Na área da traumatologia um investimento de R$ 366 mil será feito numa parceria firmada entre a prefeitura e a Santa Casa, o que deverá criar 29 leitos em uma nova ala traumatológica. Economia a longo prazo para o município, mais conforto para os pacientes.
Números da Saúde em Pelotas (SUS) - 2008
Internações: 19.644
Consultas a especialistas: 46.494
Atendimentos de alta complexidade: 23.175
Atendimentos em ambulatório: 2.990.237
Casos atendidos em outros municípios: 13.470
Total: 3.093.020
Fonte: Secretaria de Saúde
Número corresponde ao total de pacientes que precisaram de atendimento em outras cidades e usaram o serviço de transporte do município
Da noite para o dia, literalmente, o radialista aposentado Janir Pinheiro acordou sem enxergar. Era uma crise de glaucoma agudo, que sem aviso prévio comprometeu a visão do morador do Fragata. Três dias depois Janir era operado na Santa Casa de Porto Alegre, por intermédio da Secretaria de Saúde. De lá para cá, já são quatro anos de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 2.360 aplicações de laser, que, aos poucos, lhe devolvem a visão. O tratamento do glaucoma é um dos que não são oferecidos em Pelotas pelo SUS e Janir é uma das 13.470 pessoas que precisaram de atendimento médico fora de Pelotas em 2008.
O transporte para tratamento fora de domicílio é instituido pelo SUS como responsabilidade do município de origem. Os casos encaminhados a outras localidades representam 0,4% do total de atendimentos do sistema público em Pelotas, que mais recebe pacientes de fora do que os manda. Mesmo com o baixo índice, os custos com o transporte – que envolvem locomoção, diárias, passagens, contrato de alguns veículos e manutenção de outros - chegaram a R$ 1.512.000, o equivalente 1,5% do orçamento anual da Secretaria da Saúde, conforme dados levantados pela própria pasta.
“Tudo começa no posto de saúde”, afirma o secretário Francisco Isaías sobre como esse público chega aos hospitais e consultórios de Porto Alegre, Rio Grande, Bagé e Lajeado, em sua maioria. Depois de diagnosticado, o paciente que precisa de algum dos serviços não oferecidos pelo SUS na cidade é encaminhado pelo Departamento de Serviço Social da SMS, que faz o contato e agenda o atendimento.
“Todo dia sai um ônibus cheio às 3h30min”, comenta Janir, sobre sua experiência de consultas na capital, destino de 11.394 dos que consultaram fora no ano passado. Microônibus, vans e ambulâncias também atuam na condução, que eventualmente recebe o reforço de transporte aéreo, em casos extremos, como na enchente na Zona Sul há dois meses.
Os casos encaminhados para outras localidades em geral são os mais complicados, concentrados nas áreas de oncologia pediátrica, cardiologia neonatal, traumatologia pediátrica de alta complexidade, oftalmologia ligada à retina, traumatologia de coluna, transplantes de coração, fígado e rim, além de alguns casos de reabilitação de portadores de necessidades especiais, conforme o secretário. “Nós atendemos também muitas ordens judiciais, que indicam o acesso a determinado serviço em determinado lugar.”
Para diminuir o volume de atendimentos fora, Isaías afirma que a Prefeitura trabalha para qualificar os serviços de oncologia da FAU/UFPel e da Santa Casa, bem como o de oftalmologia da Beneficência Portuguesa, a fim de ampliar as possibilidades de atendimento. Na área da traumatologia um investimento de R$ 366 mil será feito numa parceria firmada entre a prefeitura e a Santa Casa, o que deverá criar 29 leitos em uma nova ala traumatológica. Economia a longo prazo para o município, mais conforto para os pacientes.
Números da Saúde em Pelotas (SUS) - 2008
Internações: 19.644
Consultas a especialistas: 46.494
Atendimentos de alta complexidade: 23.175
Atendimentos em ambulatório: 2.990.237
Casos atendidos em outros municípios: 13.470
Total: 3.093.020
Fonte: Secretaria de Saúde